A temporada 2015 não foi fácil para Jade Barbosa e Rebeca Andrade. Reservou a duas das principais peças da seleção problemas físicos e exigiu paciência. Enquanto a primeira trabalhava para voltar a competir após longa recuperação de uma cirurgia no joelho, a outra passava a enfrentar o mesmo problema, às vésperas do Pan de Toronto. Jade conseguiu ir ao Mundial de Glasgow. Rebeca acompanhou pela TV e lamentou que as amigas tenham ficado a menos de meio ponto da conquista da vaga olímpica no torneio por equipes.Terão nova chance durante o evento-teste, em abril, quando os últimos quatro lugares estarão em jogo. Sem poder perder mais tempo, as duas deverão ter um período menor de férias do que as demais companheiras, de acordo com Georgette Vidor.
A coordenadora da seleção feminina está satisfeita com a resposta que o corpo de Rebeca vem dando. Ela já treina nas paralelas e começou a correr no tumble track (uma pista para treinar acrobacias de solo com redução de impacto). A expectativa é que a ginasta de 16 anos já volte a competir internacionalmente em março, na Copa do Mundo de Baku, nas paralelas. No evento-teste, o plano é também esteja apta a se apresentar na trave e no salto sobre a mesa.
Submetida a uma operação em julho, Rebeca terá nova consulta na próxima semana. Está confiante de que será liberada para treinar sem restrições no comecinho de 2016. O peso foi controlado durante os últimos meses, a vontade de voltar aos holofotes só fez aumentar.
- Eu já vou estar liberada em janeiro. Tenho certeza! Perdi todas as competições importantes do ano, dá um medo ainda em alguns movimentos porque foi uma cirurgia difícil. Eu sentia muita dor no começo, na volta aos treinos, mas as meninas me apoiaram e explicaram que eu não podia apressar as coisas. Fico meio nervosa de saber que vou voltar para ajudar a equipe no evento-teste, mas estou me preparando bem para isso e vou dar o meu melhor - disse.
Jade também aposta no trabalho e na entrega de todo o time. Quer tirar proveito do fato de estar em casa para cumprir o objetivo. Até o momento, Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, Itália, Japão, Canadá e Holanda, que superou o Brasil por 0,497 pontos.
- Serão cinco meses de muita ansiedade. No Mundial não estava a equipe toda e a gente teve de se adaptar. Agora temos tempo para ver o que foi esse 0,40 que faltou. A Rebeca está voltando e vamos conseguir essa vaga olímpica com certeza. Nós fomos um pouco desacreditadas para lá no início, mas a gente acreditava que podia se classificar. Não demos sorte no primeiro rodízio. A gente ficou em nono em Glasgow e não sabemos como os outros times vão vir. Temos que treinar muito. A comissão técnica vai decidir se vamos apresentar séries com elementos novos, mas difíceis. Se vamos arriscar tudo ou se vamos com séries mais seguras. Agora a Rebeca está voltando e vamos conseguir essa vaga com certeza. Nós estamos bem protegidas do assédio da imprensa treinando no CT, numa bolha (risos) - afirmou Jade.