A experiência adquirida por Jade Barbosa tem sido essencial neste momento. Nas últimas temporadas, a atleta de 23 já vem exercendo o papel de liderança e espelho para as mais jovens, ao lado de Daniele Hypolito. Na edição de 2014 do Prêmio Brasil Olímpico, viu da plateia a revelação Flavia Saraiva ser nomeada ''Atleta da Torcida'', por uma votação popular. Neste ano, a menina de 15 anos ganhou três medalhas nos Jogos Olímpicos da Juventude. Mas, na opinião da veterana, o ano de 2015 será crucial tanto para Flavia, quanto para Rebeca Andrade - outra promessa - se prepararem para as Olimpíadas do Rio 2016.
- O Mundial (em Glasgow, outubro) do ano que vem vai ser muito importante pelo fato de ser uma competição que vai mostrar para elas (Flavia e Rebeca) o que é uma competição internacional. A Flavia teve uma competição mais difícil nesse ano que foi as Olimpíadas Juvenis, que têm uma menina de cada país. Olimpíadas mesmo são várias equipes, todo mundo te olhando. Elas têm que sentir esse arrepio. Vamos treinar para que cheguem mais à vontade e muito confortáveis no Rio 2016 - disse Jade Barbosa.
Após um ano que foi considerado difícil pela atleta, Jade elogiou alguns avanços que vem sendo notados na ginástica, como melhorias estruturais, ainda que de forma lenta. Ela avaliou positivamente o processo de renovação da seleção brasileira, mas lembrou também que a modalidade precisou começar "do zero" para se reerguer.
- Tivemos um ano difícil na ginástica. A nossa modalidade vem tendo uma renovação, mas lenta. No feminino, as meninas não têm idade para competir ainda... Realmente, as mais novas tiveram que se sacrificar. Eu me machuquei, e a Dani teve que segurar a equipe, porque eu não estava lá como mais velha. O Diego teve todo esse ano difícil, mas conseguiu se dar super bem no final. Eu acho que foi um bom início para 2016, que estamos no caminho certo, com um técnico super bom e uma estrutura ótima que vamos ter pelo COB. O Flamengo também está se reestruturando. Acho que a ginástica está começando a se moldar de novo, foi para o zero e agora está se reerguendo. Não só para nós, mas para a base que está vindo. É uma geração que já vai crescer com isso tudo, é o máximo. Imagina se eu tivesse treinado com toda esta estrutura quando eu tinha cinco anos, quando comecei, poderia ter menos lesões, estar mais bem preparada. Mas vejo que um bom 2016 está vindo, talvez uma primeira medalha no feminino - comentou.
O ano de 2014 teve momentos especiais para a ginasta, como o retorno ao Flamengo, clube que defendeu desde menina e que acabou sendo dispensada em 2013. Mas também teve momentos complicados, como a lesão que a tirou do Mundial de Nanning, na China. Em agosto, ela machucou o joelho durante a disputa do Campeonato Brasileiro. Agora, Jade sonha chegar 100% para 2015, que tem a importante disputa do Mundial Pré-Olímpico, em outubro, e do Pan de Toronto, no meio do ano. A projeção dos médicos é de que, até fevereiro, ela já consiga começar a competir.
- Estou feliz e pensando mais em descanso porque de agora em diante não vai ser mais 2015 e 2016, é tudo um ano só. Quero ao menos descansar minha cabeça uma semana, porque não posso parar fisio, nem nada para desligar. Meu joelho está ótimo, os médicos estão até um pouco assustados, porque eu quero fazer várias coisas e não posso. Ele falou que a parte de fisio, muscular, isso a gente consegue achar um modo de recuperar mais rápido. Agora, o processo biológico, porque eu tirei um tendão e coloquei outro, demora de seis a oito meses, não depende de ninguém. Em fevereiro, o médico me disse que deve dar para eu voltar a fazer tudo.
No Prêmio Brasil Olímpico, a ginástica artística foi muito representada no palco. Além de Flavia Saraiva, Arthur Zanetti ganhou o prêmio masculino. A ex-ginasta Lais Souza, que perdeu os movimentos em um acidente de esqui em janeiro, também foi homenageada no palco.