Os constantes pedidos de dispensa do pivô Nenê da Seleção Brasileira de basquete criaram uma antipatia por parte do público brasileiro com o jogador. E isso ficou bem claro no ano passado, quando ele disputou com o Washington Wizards, contra o Chicago Bulls, a primeira partida da NBA em território brasileiro. Em partida válida pela pré-temporada, Nenê foi duramente vaiado pelo público na HSBC Arena, no Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira, no entanto, a história foi outra.
Nenê esteve no Maracanãzinho, também no Rio, para disputar uma partida pela Seleção contra Angola, em duelo válido pelo Desafio Super BRA de Basquete. Já na apresentação dos jogadores, o pivô foi aplaudido pelo pequeno público que compareceu ao ginásio. Durante a boa vitória sobre os angolanos, os torcedores vibraram com as cestas e tocos do atleta brasileiro.
- Aquilo lá (as vaias em 2013) é outra coisa. Depende muito de vocês da imprensa passarem as informações certas para o povo brasileiro. O público faz isso, às vezes, por falta de conhecimento e informação. NBA é uma coisa e Seleção é outra. Aqui não tem ego. Temos de pegar esse momento positivo e remar para o mesmo lado. E estou acostumado com vaia. É preciso ter uma cabeça forte. Lá nos Estados Unidos jogo contra outras cidades e sou sempre vaiado - disse Nenê.
O pivô comemorou o fato de poder voltar a jogar no Maracanãzinho onde, segundo ele, praticamente começou sua carreira no basquete. Em fevereiro de 2000, Nenê iniciou sua carreira profissional no Vasco. No clube carioca, jogou por três anos antes de se transferir para a NBA. No Cruzmaltino, o jogador conquistou dois títulos cariocas e dois brasileiros.
- Foram três anos intensos de vitórias. É muito bom rever esse local maravilhoso, os amigos. E voltar com a Seleção é melhor ainda.
O Desafio Super BRA faz parte da preparação do Brasil para a Copa do Mundo da Espanha, que começa dia 30 de agosto. No sábado, ás 10h (de Brasília), a equipe encara a grande rival Argentina. Nenê comemorou a boa vitória sobre Angola e elogiou o bom momento dos jogadores brasileiros.
- É importante ganhar, mas é ainda mais importante conseguir colocar em prática tudo o que temos feito nos treinos. O momento de ajustes é agora. Nós sempre quisemos o melhor para a Seleção, mas nunca controlamos o que vai acontecer (referindo-se aos pedidos de dispensa dos jogadores da NBA ao longo dos anos por conta de lesões). Estamos todos juntos no momento certo, todos sadios e no auge da carreira. Temos uma possibilidade muito grande de irmos bem no Mundial - afirmou o pivô.
Sobre o desempenho ruim do Brasil na Copa América no ano passado, quando a equipe não contou com seus principais jogadores, Nenê frisou que existem altos e baixos no esporte. Segundo ele, todos estão tentando fazer o melhor pela Seleção.