As estatísticas mostram uma clara diferença entre Brasil e Argentina para o confronto deste domingo pelas oitavas de final da Copa do Mundo de basquete. Enquanto os brasileiros têm um elenco com mais rotatividade e uma distribuição de pontos, assistências e rebotes mais igualitária, os argentinos concentram seu jogo no quinteto considerado ideal, especialmente no pivô Luis Scola, segundo cestinha do Mundial com média de 21.6 pontos por jogo.
Durante a primeira fase, Rubén Magnano buscou várias alternativas de jogo e mexeu constantemente na equipe. Um exemplo disso é Varejão, que foi reserva na maioria das vezes, porém com mais tempo em quadra por partida do que os titulares Tiago Spitter e Nenê. Hoje, não dá para apontar os cinco absolutos do Brasil, em compensação, Julio Lamas deixa claro que Facundo Campazzo, Pablo Prigioni, Andrés Nocioni, Walter Hermann e Luis Scola formam seu time ideal. Eles iniciaram juntos quatro dos cinco jogos da Argentina na competição.
Por conta da questão rotatividade x entrosamento, os números individuais mostram uma melhor performance dos principais atletas argentinos diante do brasileiros. A diferença maior aparece nas posições próximas ao garrafão. Lá, o craque Luis Scola está soberano. Com 21.8 pontos por jogo, ele é o segundo cestinha do torneio e bate Tiago Splitter no duelo pessoal. Novo atleta do Flamengo, Walter Hermann também apresenta números superiores ao de Nenê, principalmente no percentual de arremessos de dois (56% x 44%).
Porém, o banco de reservas do Brasil demonstra que pode ser decisivo nas classificação às quartas contra o vencedor de Grécia e Sérvia. Dos sete atletas, todos têm mais de 10 minutos de média. Leandrinho, que tem entrado no decorrer dos jogos, é o cestinha da seleção na competição com 13.6 pontos. Raulzinho, Marcelinho Machado e Anderson Varejão, principal reboteiro da equipe (7.6), costumam manter o nível dos que saem. Larry Taylor e Guilherme Giovannoni trazem esperiência. Rafael Hettsheimeir aparece como a surpresa nas bolas de três, que ainda não estão caindo como na fase de preparação.
Já na arquirrival, o técnico Julio Lamas não tem tantas opções assim. Durante a primeira fase, ele só usou todos os seus jogadores uma única vez, na partida contra o Senegal. Os mais assíduos do banco para a quadra são Leo Gutierrez, Selem Safar e Marcos Mata, que vai jogar em Franca. Após ser ausência nos dois primeiros jogos por decisão do treinador, Nico Laprovittola, do Flamengo, ganhou oportunidade e vem crescendo no torneio. Já os pivôs Matias Bortolin e Tayavek Gallizzi não atuaram por mais de quatro minutos durante todo esse tempo.
O clássico sul-americano acontece neste domingo, às 17h (Brasília), no Palácio de Deportes de Madri.