Depois de muita polêmica e de um afastamento que durou algumas semanas, o Banco do Brasil voltou a patrocinar a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Nesta segunda-feira, a entidade que comanda o voleibol brasileiro assinou o aditivo redigido pelo banco no contrato de patrocínio já existente e comemorou a retomada da parceria. Ela havia sido suspensa por causa do escândalo de corrupção que atingiu a CBV no fim do ano passado.
"A CBV nunca pensou em encerrar o patrocínio, mas tinha ciência de que precisava racionalizar gastos, melhorar o controle e desenvolver uma gestão que pudesse gerar ainda mais conquistas e ainda mais orgulho aos brasileiros. Nós temos esse compromisso não só com o Banco do Brasil, mas com nossos outros parceiros, nossos atletas, e o mais importante, o compromisso com o amante do voleibol brasileiro", afirmou Walter Pitombo Larangeiras, presidente da CBV, em nota que ainda diz que, com a volta da parceria, "a vitória foi de todos".
Tudo começou quando a Controladoria Geral da União (CGU) divulgou relatório que apontava irregularidades em 13 contratos da Confederação Brasileira de Vôlei - juntos, eles somavam R$ 30 milhões. As investigações revelaram que empresas contratadas pela CBV pertenciam a dirigentes e ex-dirigentes da confederação ou a pessoas ligadas a eles.
Assim, com o estouro do escândalo, o Banco do Brasil resolveu suspender o contrato de patrocínio à CBV. Além disto, condicionou a volta do fluxo de pagamento ao cumprimento das recomendações feitas pela CGU - ou seja, informou que só retornaria a patrocinar a entidade se ela se ajustasse às regras da controladoria.
E isto, de acordo com a CBV, passou a ser feito desde o fim do ano passado. Em dezembro, a entidade que comanda o vôlei brasileiro informou que faria uma auditoria externa, regulamentaria contratações, vetaria empresas suspeitas, criaria um comitê de apoio e reaveria judicialmente os valores de contratos considerados irregulares pela CGU. Ou seja, atenderia às recomendações feitas pela controladoria.
A partir daí, com a confirmação de que estava se mexendo para se regularizar, a CBV se aproximou de retomar a parceria com o Banco do Brasil. A entidade bancária, contudo, dizia que só voltaria a patrocinar a confederação assim que houvesse a formalização e assinatura de um aditivo ao contrato de patrocínio já existente. Nele, constaria as ações acordadas entre CBV e CGU e os seus prazos de implantação.
Este aditivo foi elaborado pelos serviços jurídicos do Banco do Brasil e da CBV e acabou assinado nesta segunda-feira - sacramentando a volta da parceria, que está condicionada pelo banco à implementação, no prazo de 90 dias, das ações formalizadas no aditivo. "Uma negociação é produtiva quando os dois lados ganham. Com a continuidade, ganha o Banco do Brasil, ganha a CBV, ganha o voleibol brasileiro. Esse crédito que o atual presidente recebeu é uma prova da confiança que ele possui dentro da CBV com seus filiados, também externamente com nossos parceiros", decretou Neuri Barbieri, superintendente geral da CBV.