A construção de duas quadras de aquecimento no Maracanãzinho para o torneio de vôlei dos Jogos Olímpicos de 2016 se tornou uma novela. A proposta do governo estadual de reformar a já existente na escola municipal Friedenreich, ao lado do ginásio, e construir uma anexa, esbarrou em uma exigência burocrática do próprio estado. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, para usar a quadra anexa, a escola precisaria solicitar um agendamento ao governo estadual. A Secretaria entendeu que a medida seria inviável, já que a escola planejava ocupar o espaço com seus alunos todos os dias.
O impasse foi relatado, em parte, nesta terça-feira pelo secretário estadual da Casa Civil, Leonardo Espíndola, durante as comemorações do Dia Olímpico, no Parque Maria Lenk. Uma solução pode ser a construção de uma segunda quadra de aquecimento temporária, mas ainda sem local definido, que ficaria a cargo do Comitê Organizador dos Jogos.
- A negociação com a Escola Friedenreich não avançou muito. É possível até que seja construída uma estrutura temporária. Mas uma das quadras será reformada. Estamos negociando com a Rio 2016 para que essas intervenções temporárias sejam feitas por eles - disse Espíndola.
O secretário, no entanto, não entrou em detalhes sobre o motivo pelo qual as negociações não avançaram, o que foi esclarecido pela Secretaria Municipal de Educação.
Para o evento-teste do vôlei, a fase final da Liga Mundial, entre os dias 14 e 19 de julho, as quadras de aquecimento não serão necessárias. Coordenador dos torneios de vôlei de quadra, de praia e sentado do Rio 2016, o campeão olímpico Giovane Gávio explicou que pelo grande número de partidas nas Olimpíadas duas quadras de aquecimento são realmente necessárias:
- Os jogos são muito colados uns nos outros, e enquanto um não acaba, os times que vão jogar depois precisam de um espaço para aquecer. E cada time precisa de uma quadra.
O impasse parecia estar resolvido em agosto do ano passado, quando o governador Luiz Fernando Pezão anunciou que uma quadra seria a da escola, e a outra ficaria dentro do próprio Maracanãzinho. As obras seriam pagas pelo Consórcio Maracanã, que de lá para cá pediu a revisão do projeto com o governo do estado. Revisão que se arrasta desde o início do ano e ainda não tem prazo final de solução.
Curiosamente, o edital de concessão do Complexo do Maracanã previa a demolição da escola Friedenreich. Em agosto de 2013, o governador Sérgio Cabral, respaldado pelos protestos de junho e julho, anunciou que ela não seria mais demolida. Em novembro daquele ano a Câmara dos Vereadores decretou o seu tombamento.
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