Brasil tem ano abaixo do esperado em 2015 e liga alerta para Olimpíadas
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Brasil tem ano abaixo do esperado em 2015 e liga alerta para Olimpíadas


A temporada de 2015 não foi tão boa quanto o esperado para o esporte olímpico brasileiro. Exceção feita a Isaquias Queiroz e o vôlei de praia, os resultados nos Campeonatos Mundiais não foram como o esperado. As justificativas são plausíveis, mas não escondem uma certa decepção no número de medalhas: lesões e o calendário apertado por conta dos Jogos Pan-Americanos. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) estipulou uma meta para os Jogos Olímpicos de 2016: colocar o país no top 10 do quadro de medalhas e, para isso, terá que conquistar por volta de 27 pódios. O Superintendente do COB, Marcus Vinicius Freire, culpa as lesões pelo ano atípico e torce por um resultado melhor no ano que vem:

Isaquias Queiroz Erlon de Souza Mundial de Canoagem (Foto: Reprodução / Facebook)Isaq

- Quando você traça uma meta, ela está lá para ser atingida. A gente veio no crescimento neste quadriênio, não tenho dúvidas. Entregamos o melhor serviço que poderíamos, o melhor treinamento foi esse. Tivemos muitas lesões nas principais modalidades, judô, ginástica, vôlei, handebol...Tivemos lesões graves, incomodaram, atrapalharam, mas eu estava brincando com todo mundo: melhor perder agora do que nas Olimpíadas. Vamos buscar a medalha em 2016 - Marcus Vinicius.

A lista de atletas de alto rendimento no departamento médico em 2015 foi gigante. Mauro Vinicius "Duda" (atletismo), Anderson Varejão (basquete), Sérgio Sasaki e Rebeca Andrade (ginástica), Mayara, Duda e Deborah Hannah (handebol), Rafael Silva, Maria Suelen, Tiago Camilo e Charles Chibana (judô), Cesar Cielo (natação), Sidão e Thaísa (vôlei). Muitos deles já estão recuperados para o ano que vem, outros estão em estágio final da reabilitação, mas os resultados nas modalidades acima foram bastante prejudicados por conta disto.

Rebeca Andrade na fisioterapia (Foto: Marcos Guerra)

O judô, considerado um dos carros chefes da delegação brasileira para 2016, conquistou apenas duas medalhas no Campeonato Mundial, pior resultado em sete anos. Supervisor da seleção brasileira, Ney Wilson minimizou o resultado, mas afirma que o desempenho ficou sim abaixo da expectativa:

- É preciso fazer um reajuste. É a primeira vez que ficamos tão longe da meta nos últimos cinco anos. A equipe tem potencial, mas saio bastante triste. Mas somos do judô, levamos ippon, levantamos e partimos para outra. É a filosofia. Com certeza, faremos uma campanha brilhante em 2016 - afirmou Ney.

Outro problema visto entre os atletas foi o embate do calendário dos Campeonatos Mundiais com os Jogos Pan-Americanos, disputados em julho, em Toronto (Canadá). Quem mais sofreu com isso foi a natação, que disputou as duas competições em um período de vinte dias. Os tempos marcados, na maioria das vezes, foram melhores na competição continental, que no Mundial, disputado em Kazan, na Rússia. 

Na luta olímpica, algo parecido aconteceu. Aline Silva, que havia conquistado a medalha de prata no Mundial de 2014, ficou em quinto neste ano. Quarenta dias antes, ficou com o bronze no Pan. Ela diz que a preparação para o evento continental atrapalhou o desempenho para o restante da temporada:

- A preparação para os Jogos Pan-Americanos foi muito dura, muito intensa. Eu cheguei com lesão, não acreditava que eu iria me recuperar tão bem para o Mundial. Eu mesma não tinha certeza de como ia chegar. A gente exigiu muito para os Jogos Pan, foi muito próximo da maioria dos Mundiais. Nos preparamos pouco para os Mundiais, talvez isso tenha influenciado, são dois altos picos de rendimento - disse.

Medalhas do Brasil em Mundiais (Foto: Editoria de arte)


Mas nem tudo foi notícia ruim para o esporte brasileiro em 2015. Isaquias Queiroz fez história na canoagem brasileira, conquistou um ouro e um bronze no Mundial da modalidade, e pode ir ao pódio até três vezes em 2016. Outra modalidade que brilhou foi o vôlei de praia, com cinco medalhas em seis possíveis no Campeonato Mundial. Ouro na competição disputada na Holanda, Bruno Schimidt, que faz dupla com Alison, acredita que o grande número de brasileiros bem colocados no ranking mundial faz o nível dos atletas subir:

vôlei de praia pódio feminino mundial (Foto: Denis Ferreira Nett/CBV) )

- A concorrência interna, sem dúvida, nos empurra. A gente não pode relaxar nunca, temos os melhores atletas aqui. Vejo isso no masculino e feminino. Todas as duplas jogaram com muito empenho, deram o máximo, então acho que isso foi o diferencial, foi muito bacana ver as meninas, que dominaram o circuito. No masculino, as duas primeiras duplas são brasileiras. Essa nova geração está desempenhando um papel com muita vontade e garra. Não é botando pressão na gente, mas nosso empenho e dedicação teve como resultado tudo isso aí. É nessa batida que a nova geração está vindo - disse Bruno Schmidt

Marcelo Melo comemora vitória no ATP Finals (Foto: Getty Images)

É importante lembrar que algumas modalidades em que o Brasil possui grandes chances de medalha em 2016 não tiveram Campeonatos Mundiais esse ano. Casos do tênis, em que Marcelo Melo terminou o ano como número 1 do mundo em duplas, futebol masculino, boxe feminino e basquete. São competições em que o Brasil tem tudo para ir ao pódio nos Jogos do ano que vem.

Fabiana Murer, estrela solitária com a medalha de prata no Mundial de atletismo, relembra que sempre os países sede conseguem resultados melhores do que em anos anteriores: 

- Os atletas tem seus altos e baixos, é natural isso. No ano que antecede as Olimpíadas, fica tudo mais intenso. É um ano preparatório. As Olimpíadas vão ser muito boas para os brasileiros, normalmente os países sedes tem mais medalhas que o normal.



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