Dois jogos no mesmo dia, duas derrotas para os Estados Unidos. Primeiro, no Grand Prix, o Brasil perdeu por 3 a 0 na final em Omaha. Depois, na decisão dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, o placar voltou a se repetir. Desta vez, com as parciais de 22/25, 21/15 e 28 a 26.
Antes do Pan de Toronto, o país venceu em Chicago 1959 sobre os EUA; em São Paulo 1963, novamente contra as americanas; em Winnipeg 1999, ao bater Cuba; e em Guadalajara 2011, mais uma vez, diante das cubanas. Fora isso, o Brasil foi prata no Rio de Janeiro, em 2007, e na cidade de Havana, em 1991, as duas derrotas para Cuba. O bronze veio na Cidade do México, em 1955, e San Juan, em 1979.
O Brasil teve uma campanha apertada, mas saiu invicto da primeira fase do Pan. Venceu Porto Rico por 3 a 2, derrotou o Peru por 3 a 1 e, contra os Estados Unidos, sofreu para virar no tie-break e triunfar por 3 a 2. Dessa forma, ficou em primeiro lugar do grupo e foi direto para as semis. De novo contra Porto Rico, fez 3 a 2 e conquistou o direito de disputar a medalha de ouro. Mas sucumbiu para os EUA e foi prata.
O bronze ficou com a República Dominicana, que fez 3 a 1 sobre Porto Rico.
A partida começou com cara de Brasil e EUA. Um jogo duro, mas com alto nível técnico. Com 1 a 0 para as americanas, houve um longo rali. Macris tentou virar de segunda, mas o ponto foi das rivais. O time de Zé Roberto fez duas vezes. Depois, virou. A partida era parelha, mas as estrangeiras estavam um pouco melhor e retomaram a ponta. Os times passaram a disputar ponto a ponto. Mas Nicole Fawcett fez a diferença com seus ataques. Após uma tentativa frustrada do Brasil de salvar uma bola, Fê Garay até diminuiu. Mas os Estados Unidos estavam melhores. Zé Roberto orientou as meninas, mas não adiantou. Lauren Paolini fechou em 25 a 22.
Se o jogo começou duro no primeiro set, no segundo, a situação foi bem diferente. O time americano aproveitou o embalo do finzinho da parcial anterior e saiu abrindo uma boa vantagem desde o início. O Brasil parecia não se encontrar em quadra. Em um saque relativamente fraco de Fawcett, por exemplo, Fê Garay errou na recepção e deu um ponto de graça: 8 a 3. Zé Roberto pediu tempo para orientar a seleção.
A solução foi chamar Jaqueline, que chegou ficar fora do jogo da primeira fase contra os EUA e atuou só um set na semi por uma contratura na lombar. Ela entrou no lugar de Mari Paraíba com "sangue nos olhos". Estava 9 a 4 para as americanas. A energia da bicampeã olímpica contagiou não só as arquibancadas, mas as companheiras, e o Brasil chegou ao empate de forma incrível em 13 a 13. A número 8 fez três pontos da reação.
A virada foi na sequência. Jaque fez mais um, e o técnico rival, Daniel Fisher, pediu tempo. Mas, na volta, quem pontuou foi Adenízia: 17 a 15. Os EUA empataram no bloqueio de Paolini e passaram. Angélica deixou tudo igual pela ponta. A disputa foi parelha até o fim da segunda parcial, mas as americanas se aproveitaram de algumas falhas do Brasil e fizeram 25 a 21 no forte golpe de Krista Vansant em uma jogada que, antes, teve uma bela salvada de Carli Lloyd.
Os EUA seguiam bem, mas a torcida brasileira resolveu empurrar mais o time no terceiro set. Vaiavam as americanas, vibravam a cada ponto brasileiro. O time do Brasil melhorou bastante. Fê Garay fez dois pontos importantes, e Joyce pôs o Brasil na frente: 11 a 10. Jaque fez duas vezes. A vantagem era de oito pontos, mas as americanas acordaram, foram chegando perto e empataram em 24 a 24. A equipe de Zé Roberto teve dois set points, mas Lloyd marcou com um toque bonito e, depois, com mais um ataque, chegou ao match point. Jaque mandou para fora, e as americanas venceram o duelo.