As Olimpíadas são o segundo evento esportivo global que o Brasil se comprometeu a sediar e, em seguida ao fim do maior evento dedicado a um único esporte do mundo, o Rio embarca na fase final para entregar um projeto assolado por problemas.
Chamada em abril pelo vice-presidente do COI, John Coates, a pior preparação de todos os tempos, os organizadores do Rio estão acuados desde o início, tentando correr atrás de prazos atrasados.
O presidente do COI, Thomas Bach, reuniu-se com a presidente Dilma Rousseff em Brasília nesta sexta-feira antes de retornar ao Rio para marcar presença na final da Copa do Mundo.
"Estamos vendo ótimos progressos e apreciamos o comprometimento da presidente e do governo brasileiro com os Jogos", disse Bach a jornalistas. "Acreditamos que eles vão ser muito bem-sucedidos."
O advogado alemão assumir o controle do COI após vencer a eleição em setembro, e tem tentado implantar um senso de urgência nos organizadores desde então.
O Brasil teve que enfrentar anos seguidos de críticas durante os preparativos para a Copa do Mundo, e os atrasos em projetos de infraestrutura e estádios levaram a Fifa a dizer que os brasileiros precisavam de "um chute no traseiro".
Os temores de grandes manifestações e graves problemas de segurança e transporte não se concretizaram durante o torneio de um mês, avaliado em geral como um sucesso, e o COI espera que os organizadores das Olimpíadas tirem valiosos aprendizados.
EVENTO TESTE
"O Mundial é um pouco como um evento teste para o COI", disse nesta sexta-feira à Reuters uma fonte ligada aos Jogos Olímpicos com conhecimento direto sobre os preparativos para Rio 2016, sob condição de anonimato.
A fonte também disse que o COI estava "explicando, explicando e explicando", de modo a evitar uma rejeição dos cidadãos brasileiros sobre os gastos multibilionários com grandes eventos esportivos, como aconteceu com a Fifa.
O COI iria retornar uma soma que pode chegar a 1,5 bilhões de dólares aos organizadores, por meio de rendimentos gerados pelo evento a partir de patrocínios e direitos de transmissão, disse a autoridade.
A verdade, no entanto, continua a ser que os organizadores da Rio 2016 não tem um minuto a desperdiçar, com o primeiro evento teste para as Olimpíadas --uma prova de vela-- marcado já para agosto.
Desde a limpeza da Baía de Guanabara, onde serão realizadas as provas de vela, à construção do segundo parque Olímpico da cidade, no bairro de Deodoro, ainda na fase inicial, até a conclusão de projetos de mobilidade fundamentais, há muito trabalho a fazer.
"Esse é um tempo em que muito do trabalho tem sido realizado, mas ainda não é muito visível, embora progresso tenha sido feito. A vila dos atletas, por exemplo, está 40 por cento completa", disse uma fonte dos Jogos Olímpicos.
Com o apagar das luzes da Copa do Mundo após a final de domingo, um outro holofote vai brilhar forte sobre o Brasil e, até 2016, o que ele mostra vai ser parecer mais como um sinal de interrogação.
Por: Karolos Grohmann