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As arquibancadas da arena de vôlei de praia em Toronto, no Canadá, estavam lotadas. O "mar vermelho" tomava conta do lugar para a disputa da terceira colocação do feminino. Tudo para ver as "queridinhas" do Canadá, Taylor Pischke e Melissa Humana-Paredes, as jovens promessas de 22 anos (saiba mais sobre elas). Mas o que eles não esperavam é que, do outro lado, Lili e Carol Horta tivessem entrado dispostas a fazer tudo pelo bronze. Diferentemente da semifinal, em que sofreram contra as provocadoras argentinas Ana Gallay e Georgina Klug, nesta terça-feira as brasileiras não tiveram dificuldades para fazer 2 a 0, parciais de 21/9 e 21/14. Assim, conquistaram o terceiro lugar, primeiro pódio da carreira das duas nos Jogos Pan-Americanos.- Não sei nem descrever a importância dessa medalha para mim. É um sonho estar nesse Pan. Foi uma meta e estou muito feliz de levar essa medalha para o Brasil. Queríamos muito estar na final, buscando o ouro, mas o que tínhamos hoje era conquistar esse bronze e, para mim, do jeito que jogamos hoje, essa medalha valeu ouro. Conseguimos superar a tristeza de não ir para a final e colocar em prática todo o nosso jogo. Erramos pouquíssimo - disse Lili, rasgando elogios para Carol Horta e dizendo que ela "ganhou o primeiro set sozinha".
Carol estava realmente inspirada. Ela conseguiu fazer seis aces em todo o confronto. Além disso, atacou 24 vezes e teve 15 acertos. Lili, por sua vez, não marcou em saques, mas fez dois pontos de bloqueio e, em 11 tentativas ofensivas, converteu 7. Enquanto isso, as brasileiras contaram com 12 pontos em erros das rivais.
- Representa o ouro, o ouro que tanto quisemos e viemos focadas nele. Infelizmente tropeçamos na semifinal contra a Argentina, mas fizemos dessa disputa do terceiro lugar a nossa final. Foi nosso melhor jogo de toda a competição, onde jogamos mais soltas, felizes e com menos pressão, por isso pareceu tão fácil assim. Mas, na verdade, nos concentramos e resolvemos relaxar. Hoje, nos divertimos.
Lili é casada com Larissa França, dupla de Talita atualmente, que tem dois ouros com Juliana em 2011, em Guadalajara, e 2007, no Rio de Janeiro, e um bronze, com Ana Richa, em sua primeira participação em 2003, em Santo Domingo. Ela se divertiu quando questionada se pretende chegar onde no número de conquistas da esposa.
- Falo com ela toda hora, né? É meio difícil só porque lá no Japão fica meio confuso (Larissa está em Yokohama para disputa de uma etapa do Circuito Mundial). Ela deu todo apoio, nem falou do jogo em si, mas da emoção, de jogar tudo que eu pudesse, porque era um jogo importantíssimo. Ela passou por esse momento nas Olimpíadas quando perdeu a semifinal. Foi difícil recuperar e conquistar o bronze e só ela sabe o quanto é importante a medalha: "Vai ser muito importante, joguem muito por ela", foi o que ela falou. E foi o que fizemos. Foi bronze a minha primeira, a dela também, quem sabe eu não estou seguindo? (risos) - broncou.
O Brasil já teve outras medalhas na competição pan-americana. No feminino, em Guadalajara 2011, Larissa e Juliana foram as campeãs, assim como na edição de 2007, no Rio de Janeiro. Antes disso, Larissa já tinha conquistado o bronze com Ana Richa em 2003, em Santo Domingo, e Adriana Behar e Shelda, o ouro em Winnipeg 1999, primeira edição do vôlei de praia em Pans.